sexta-feira, 20 de abril de 2012

AMERICAN PIE: O REENCONTRO - CRÍTICA

                                               American Pie: O Reencontro

O colegial, agora chamado por aqui de ensino médio, é um tempo que deixa boas lembranças na cabeça de muita gente. Este crítico, por exemplo, fez parte de uma turma que deixou saudades. Quem lembra nostálgico desses momentos únicos vai curtir a estreia de American Pie: o Reencontro, em tese o último capítulo da série de sucesso iniciada no final dos anos 90. Digo “em tese” porque o bom resultado dessa continuação pode resultar em sequências mais adiante.

No longa, temos o retorno da divertida turma de formandos do início da franquia em uma encontro de ex-alunos. O contexto é a justificativa ideal para o renascimento de amores antigos, muitas confusões envolvendo sexo, conflitos de gerações e a prova de que a amizade sobrevive ao tempo.

Com este enredo universal, o filme dialoga fácil com qualquer um que tenha passado pelas alegrias e descobertas dessa época, seja o americano da high school ou um brasileiro como eu, que lembra com ternura dos queridos amigos dos tempos de Instituto Santa Rosa, lá em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

Havia grande expectativa dos fãs pelo novo filme, muito em virtude das quatro sequências meia-boca que foram produzidas para a série (American Pie: Tocando a Maior Zona, American Pie 5: O Último Stifler Virgem, American Pie 6: Caindo em Tentação e American Pie 7: O Livro do Amor) com personagens novos e enredos sofríveis.

A boa notícia é que American Pie: o Reencontro se redime das bobagens produzidas anteriormente e brinda os fãs da série com uma produção muito bem dirigida e roteirizada pela dupla Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg. Na fita, o inesquecível grupo formado por Jim (Jason Biggs), Oz (Chris Klein), Kevin (Thomas Ian Nicholas), Finch (Eddie Kaye Thomas) e Stifler (Seann William Scott) - que não é convidado, mas aparece mesmo assim - se reúne para uma grande festa de confraternização da turma de 1999. No encontro, a realidade vem à tona: a vida não é o mar de rosas que pensavam.

Jim enfrenta problemas sexuais com sua esposa Michelle (Alyson Hannigan), Kevin tem uma rotina caseira e entediante e Stifler está sendo torturado num emprego sem perspectivas no qual é humilhado diariamente pelo chefe. Mesmo Oz, que se tornou um famoso apresentador de programa de esportes, tem um dia a dia vazio ao lado de uma modelete. Somente Finch, ao que tudo indica, teve mais sorte entre todos, cruzando o mundo como um aventureiro.

Mesmo quem não é fã ou viu nenhum dos filmes da franquia é capaz de se divertir com American Pie: O Reencontro, justamente pelas referências e brincadeiras em torno da passagem do tempo e choque de gerações. Jim tendo de ouvir de uma adolescente que as músicas das Spice Girls são “rock clássico” ou Stifler diante dos vizinhos do pai de Jim tentando usar uma desculpa desatualizada em tempos de telefonia móvel são só alguns dos muitos bons momentos do longa.

Para quem curte a série, ir ao cinema vai significar ver um filme com a mesma pegada e humor picante e adolescente dos primeiros longas. Mesmo mostrando os personagens mais conservadores, fruto do amadurecimento natural – com exceção de Stifler, claro – e as dificuldades da vida adulta, a produção mantém o tom descontraído e libertário dos filmes que fizeram o sucesso da franquia.

American Pie - O Reencontro retoma com habilidade o humor sacana que fez sucesso no final da década de 90 e tem êxito ao apostar na nostalgia e no choque cultural como base de seu enredo. Diversão garantida para quem, como eu,  morre de saudades dos tempos de colegial.

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