quinta-feira, 5 de abril de 2012

Critica - O lorax: em busca da trúfula perdida

                                     O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida

O gênio criativo do escritor e cartunista Theodor Seuss Geisel, mais conhecido pela alcunha de Dr. Seuss, deu origem a livros infantis populares que incorporam personagens coloridos, de diálogo em verso e inseridos em trama com pontos de vistas sociopolíticos. Temas como ganância, igualdade racial e meio ambiente pautam muitas das obras do autor. Em O Lorax- Em Busca da Trúfula Perdida, novo longa-metragem a ganhar as telas inspirado em best-seller do artista americano, a preservação dos recursos naturais é o tema central.

É impossível avaliar O Lorax sem discutir sua mensagem ambientalista sem rodeios. Aqui reside um dos pontos positivos do filme. Apesar de nada sutil, o discurso preservacionista no longa não toma ares do cansativo blablablá proselitista dos ecochatos.Tudo é conduzido de forma simpática, agradável e com leveza. O objetivo é divertir as crianças e não doutriná-las. Assisti ao filme numa sessão para jornalistas e seus filhos e o que vi foi entusiasmo do público-alvo do filme. A criançada carrega a mensagem ambientalista de que cortar árvores é ruim, mas antes de tudo se diverte.

A trama se passa na artificial cidade de Thneed-Ville, onde tudo é de plástico. Lá, o jovem Ted procura uma árvore de verdade na tentativa de impressionar a garota de seus sonhos, a vizinha Audrey. Com esse intuito, ele sai dos limites da cidade e vai falar com o misterioso The Once-ler (Umavezildo, na versão nacional), que lhe conta como aconteceu o sumiço das trúfulas (exóticas árvores com pelos no lugar das folhagens) e sobre o estranho Lorax, que cruzou seu caminho quando este resolveu derrubar as florestas em busca de lucro. O personagem que dá nome ao filme é um simpático e bigodudo herói que é a entidade encarregada de proteger a natureza, embora não possa fazer mais do que dar conselhos. Porém, as aventuras e as boas intenções do garoto Ted não são bem vistas por Mr. O’Hare, um milionário que fez fortuna às custas da poluição da cidade, vendendo ar puro a preços elevados.

Dirigido por Chris Renaud e Kyle Balda, de Meu Malvado Favorito, O Lorax se diferencia das animações da Pixar e DreamWorks por se assumir como destinado a crianças. Não existe no filme o humor pontual para adultos, estratégia usual para entreter os pais que levarão os filhos ao cinema. No entanto, os roteiristas Ken Daurio e Cinco Paul souberam muito bem incorporar os elementos do texto em verso de Seuss aos diálogos e músicas, levando ao espectador, mesmo adulto, um filme engraçado e agradável em sua condução. A qualidade técnica da animação também é elogiável. O filme é brilhante, colorido e as texturas e desenhos fazem o plástico parecer plástico e as árvores passarem a sensação de frescor, mesmo que dotadas de pelos no lugar de folhas. Os humanos são mostrados sem que se busque o realismo físico, melhor abordagem a meu ver para um filme cujo objetivo é interagir com o mundo lúdico de uma criança.

No original, atores bem conhecidos fazem vozes dos personagens principais, com destaque para Danny DeVito, Zac Efron e Taylor Swift (nova queridinha do público adolescente norte-americano), sendo que os dois últimos interpretam as canções de letras bem alinhadas ao enredo do filme. A versão brasileira não tem entre seus dubladores nenhum astro de renome, mas as interpretações e as versões não ficam devendo às originais.

Talvez os adultos achem o roteiro de A Trúfula Perdida - sem grandes reviravoltas e sacadas - um pouco maçante, mas o fato é que pude comprovar que seu público-alvo embarca na história. E não serei eu a analisar as razões e gostos das crianças, mesmo porque meu lado menino falou mais alto durante a projeção e me diverti muito.

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