sexta-feira, 20 de abril de 2012

SPOILERS: Assistimos a Os Vingadores e contamos tudo

                              
                                      Os Vingadores: filme captura a essência dos quadrinhos.


Um mutante na fila de registro em Genosha – desculpem pela referência a X-Men, também da Marvel, mas foi como me senti enquanto esperava para assistir Os Vingadores em uma sessão especial para a imprensa na última terça-feira em São Paulo. Detectores de metal, revista detalhada, espera e tensão, já que a quantidade de convidados presentes dava a sensação de que não caberiam todos na sala.

Uma vez dentro do cinema do shopping Market Place, a expectativa era grande; colegas, a maioria deles fãs, assim como eu, mal podiam esperar pelo tão falado filme dos Vingadores – algo que muita gente não acreditava que poderia acontecer, mas aconteceu e é verdadeiramente digno dos aplausos que recebeu no fim da sessão (sim, isso rolou e foi um pouco constrangedor).

Diferencial de Vingadores


Antes de tudo, é preciso dizer que o filme precisava de um cara que entendesse do universo Marvel e esse é Joss Whedon. O diretor de Serenity, que eu curto demais, é um fã de quadrinhos que sabe como lidar com os personagens que tem nas mãos. Fazer funcionar uma dinâmica tão complicada em um longa de duas horas e meia não é para qualquer um, entretanto Whedon conseguiu essa façanha.

Pra mim, a atenção aos detalhes é a grande diferença em relação a outros filmes de super-heróis. A apresentação dos complexos personagens, cada um com histórias e motivações muito diferentes, procura dar a base que uma pessoa não iniciada no universo precisa e o sentido que os fãs esperam. Sem falar que a parte final tem mais ação do que todas as adaptações da Marvel juntas – ou quase isso.

                            
                                               Capitão América e Thor observam a invasão Chitauri.

Cuidado, spoilers adiante - você foi avisado



O bom humor usado na hora e medida certas é outro toque importante do longa. Os personagens tiram sarro uns dos outros, com direito a frases épicas, como quando o Capitão América (Chris Evans) pergunta a Tony Stark (Robert Downey Jr.), no meio de uma discussão generalizada, o que ele é sem a armadura – e a resposta é “um gênio, bilionário, playboy e filantropo” – simplesmente sensacional.


Inspirado na primeira história dos Avengers nos quadrinhos de 1963, e na série mais recente Marvel Ultimate, Loki (interpretado de forma genial por Tom Hiddleston), deus asgardiano da trapaça, traçou uma vingança contra seu irmão Thor. Ele se uniu aos Chitauri, uma versão alternativa dos Skrulls, que em troca do Cubo Cósmico (chamado de Tessaract) dominarão a Terra para ele. Assim a treta está armada.





    
Loki se mostra um inimigo formidável, capaz de dominar as mentes daqueles que se opõe a ele. Com essa tática ele cria o outro oponente do filme - o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), que não por acaso apareceu como vilão pela primeira vez também nos quadrinhos. Agora você deve estar se perguntando, “como assim?“ se nos cartazes ele aparece ao lado dos vingadores


Pois é, o agente Clint Barton se torna um inimigo que os Vingadores – unidos por Nick Fury (Samuel L. Jackson) após o roubo do Cubo - não queriam ter. Basta dizer que em um determinado momento o arqueiro decide fazer uma invasão contra a fortaleza voadora da S.H.I.E.L.D e a coisa não termina bem para os heróis. O que serve como o empurrão que os super-humanos precisavam para trabalhar em conjunto e proporciona a oportunidade de redenção a Barton.


A aparição de Thor (Chris Hemsworth) serve para apagar o sentimento ruim que o filme de Kenneth Branagh deixou nos fãs. O deus, decidido a lidar com seu irmão, ataca a nave onde os heróis transportam Loki aprisionado, dando início a uma das melhores batalhas que já vi nos cinemas: Homem de Ferro Vs. Thor. O embate deixa qualquer fã extasiado. A luta só acaba quando Steve Rogers se intromete e defende o icônico Martelo de Thor com o épico escudo do Capitão América, desencadeando uma explosão espetacular. Hemsworth parece que encontrou a maneira certa de interpretar seu personagem.





 Uma coisa que queria demais ver e não tinha certeza se iria rolar era um quebra pau entre Thor e Hulk (Mark Ruffalo) – e isso acontece quando Banner perde o controle em uma hora nada boa (poucas podiam ser piores) e cabe a Thor pará-lo. A luta acontece dentro do porta-aviões voador em chamas, logo após a Viúva Negra (Scarlett Johansson) ver a morte diante de seus olhos e ser salva pelo deus. Show de bola!


Falando no Hulk, o monstrão realmente rouba a cena e garante algumas sequências geniais - finalmente. Além da pancadaria, Bruce Banner luta o tempo todo para manter o controle, ao ponto de evitar até mesmo levantar suas desconfianças contra a S.H.I.E.L.D, compartilhadas por Tony Stark, para evitar acordar o seu alter ego. Se preparem para rir e se empolgar com o verdão e, de quebra, ver uma das frases mais clássicas dos quadrinhos ser mandada em um dos pontos altos do filme - Puny God!


                                
                                   Hulk finalmente ganhou a versão cinematográfica que merecia.


Além disso, eu paguei um pau forte para a trilha sonora – simplesmente espetacular – capaz de capturar o espírito de cada personagem e do grupo e mostrar a luta épica na qual estão envolvidos, suas perdas e momentos de esperança. Os efeitos visuais também são animais e para mim os melhores já feitos para um filme da Marvel.


Ah sim, antes que eu esqueça, Stan Lee aparece em um papel bastante especial e muito mais interessante do que suas aparições recentes. Ele é um senhor que declara, durante uma reportagem de TV feita nas ruas, que duvida da existência de super-heróis em Manhattan. A cara de descrédito dele vale a ida ao cinema.


Assistir ou não?



Veredito final deste fã? Os Vingadores é tão fiel quanto um longa-metragem inspirado em super-heróis pode ser, com seus diversos universos e recomeços. Entretanto, esse não é nem de longe o principal motivo para ir ao cinema, a história realmente funciona e diverte. A escala é gigantesca e era isso que eu esperava de um filme dos Avengers. E se isso não é o bastante para convencê-lo, saiba que a cena pós-créditos (que está mais para meio dos créditos) vai te fazer chorar por dentro de alegria e empolgação ao mostrar o próximo vilão. Avante Vingadores!

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