quinta-feira, 5 de abril de 2012

Titanic em 3D retorna aos cinemas nos 100 anos da tragédia

                            

Titanic: sucesso permaneceu por 12 anos como filme mais rentável da história

Quando estreou em 1997, Titanic surpreendeu o mercado cinematográfico. Nenhum executivo tarimbado em antecipar o desempenho de um filme chegou nem perto de antever o fenômeno que se sucedeu depois que a superprodução dirigida por James Cameron chegou às salas de cinema. O arrasa-quarteirão sobre uma das maiores tragédias navais do século 20 encerrou sua carreira exibindo números invejáveis: US$ 1,8 bilhão de bilheteria acumulada – o que o tornou o mais lucrativo filme da história, título que ostentou até 2010 – e 11 Oscars, incluindo os de Melhor Filme e Diretor. Agora, 15 anos depois, a produção volta às telas em formato 3D no ano em que o trágico acidente completa seu centenário.

Titanic estreou nos Estados Unidos em 19 de dezembro de 1997. Assumiu a liderança das bilheterias e por lá permaneceu por 15 semanas consecutivas. Um feito e tanto, mesmo atualmente. No Brasil, a boa acolhida do público fez o longa acumular R$ 79, 3 milhões, o que o colocou no posto de maior arrecadação da história no país. A produção só foi destronada 12 anos mais tarde pelo filme A Era do Gelo 3.

O sucesso de público fez respirar aliviadas a Fox e Paramount, que juntas desembolsaram US$ 200 milhões para a realização do longa, o mais caro feito até então. Nem mesmo a construção do Titanic foi tão cara. O navio custou, em 1910, £ 1,5 milhão (equivalente a US$ 7,5 milhões). Em valores de 1997, algo em torno de US$ 150 milhões.

As filmagens foram complicadas e tensas. Duraram 160 dias contra um planejamento inicial de 138, e o orçamento previsto inicialmente, de US$ 130 milhões,  saltou para US$ 200 milhões. Cameron era criticado por ter estourado a verba e fazer das filmagens uma operação militar, com os técnicos mexicanos trabalhando 16 horas sob baixo pagamento. Três dublês se acidentaram e diversos atores contraíram pneumonia, gripe e outras infecções pelas longas horas de exposição à água fria. Kate Winslet, que fraturou o cotovelo, pegou pneumonia e quase se afogou, declarou, na época, que só trabalharia com Cameron novamente mediante "muito dinheiro".

                                

DiCaprio e Winslet


O par romântico Jack e Rose emocionou espectadores de todo o mundo e os atores Leonardo DiCaprio e Kate Winslet viram suas carreiras deslancharem depois do filme. DiCaprio, mesmo já conhecido do público por filmes como Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador, Diário de um Adolescente, e Romeu + Julieta, ganhou status de astro rentável depois de Titanic, condição que sustenta até hoje. "Gostei muito de ter participado. [...]. Titanic proporcionou oportunidades que me permitiram mudar meu próprio destino como ator", disse DiCaprio em evento de relançamento do filme em Los Angeles.

Winslet não era conhecida do grande público quando foi escalada para fazer par com DiCaprio no filme. Havia feito Almas Gêmeas, de Peter Jackson, e Razão e Sensibilidade, de Ang Lee, pelos quais recebeu elogios da crítica, mas faltava o filme que a alçaria ao patamar de estrela. Depois de embarcar em Titanic, a atriz faturou um Oscar por sua atuação no longa O Leitor e passou a ser requisitada para inúmeras produções, muitas delas grandes sucessos de crítica e público como Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. "Eu tenho certeza de que não era uma atriz muito boa. Sério, estamos falando de algo que aconteceu há 15 anos. Foi há muito tempo", analisou a Winsler ao relançar a versão 3D de Titanic nos EUA.

                            

My Heart Will Go On


Quem também viu a carreira emergir com o sucesso estrondoso de Titanic foi a interprete da música-tema do filme, a canadense Celine Dion. Cameron não queria uma trilha sonora própria, mas, quando ouviu a versão demo da canção de James Horner com letra de Will Jennings, mudou de ideia.

My Heart Will Go On tornou-se sensação e chegou ao topo das paradas musicais ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Brasil. É, até hoje, a 14ª música mais bem-sucedida de todos os tempos. O álbum da cantora vendeu mais de 30 milhões de cópias, o que o mantém como um dos 20 mais bem-sucedidos comercialmente no mundo, com direito a lugar de destaque no Rock and Roll Hall of Fame.  


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