Não há meio termo com Se Beber, Não Case!, franquia que chega a seu capítulo final. Muitos gostam do humor politicamente incorreto e nonsense e divertem-se com os reveses do Bando de Lobos. No outro extremo estão os que não veem a menor graça e acham os filmes perda de tempo. Se faz parte deste último time, nem perca seu tempo. Se, no entanto, saiu do cinema de astral renovado após ver os dois primeiros longas, não vai se decepcionar com este.
O tal "final épico" anunciado no cartaz é exagero. Caberia melhor a palavra "diferente". Desta vez não há um casamento-chave para o desenrolar da trama nem ressacas homéricas seguidas de amnésia. O filme segue por outro caminho, o que pode causar estranhamento aos fãs a princípio, mas que mostra-se uma decisão acertada do diretor e roteirista Todd Phillips.
Na certa, Phillips anteviu o desgaste da fórmula. E isto já havia ficado claro no segundo longa da franquia, ambientado na Tailândia, que parecia mais uma refilmagem do que sequência. Se Beber, Não Case! 3 vai por outro caminho e traz mudanças que agradam e divertem. Desta vez aposta todas suas fichas em Alan (Zach Galifianakis), ainda mais sem noção que nos filmes anteriores. Seu jeito incorrigível é o que leva os comportados Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Doug (Justin Bartha) a se meterem em mais uma enrascada.
Os amigos tentam recuperar Alan – como se fosse possível – levando-o a uma clínica de reabilitação no Arizona. No meio do caminho, são sequestrados por Marshall (John Goodman), criminoso que lhes obriga a aceitar a missão de encontrar Leslie Chow (Ken Jeong), que fugiu da prisão em Bancoc.
Daí em diante a trupe vai parar em Tijuana, no México, e depois segue para Las Vegas, onde viveram a primeira aventura. O retorno ao passado carrega a produção de muitas autorreferências, com a volta de cenários e rostos conhecidos, como a atriz Heather Graham (a prostituta que se casou com Stu), o bebê Carlos e o hotel Caesars Palace. Em outras palavras, se não viu os outros longas da série nem pense em começar por esse.
O primeiro Se Beber, não Case! foi uma boa e divertida surpresa. O segundo, nada mais que uma cópia bem menos engraçada e nada criativa. Este terceiro e último filme – o diretor jura de pé junto que não haverá um quarto – não brilha nem muito menos tem nada de épico, mas vale como agradável revival das aventuras e desventuras passadas do carismático Bando de Lobos.