sábado, 2 de novembro de 2013

THOR 2: O MUNDO SOMBRIO

  


                                   
O Universo construído pela Marvel no cinema é impressionante. Não só os filmes estão interligados de forma coesa, como seus personagens e tramas estão muito próximos das versões dos quadrinhos. Depois de Os Vingadores, muitas dúvidas surgiram se o estúdio conseguiria manter a qualidade e, embora  Homem de Ferro 3 tenha esfriado as expectativas, Thor retorna para provar que eles sabem mesmo o que estão fazendo.
O Mundo Sombrio não é superior apenas ao primeiro longa do Deus do Trovão, é também um dos melhores da Marvel. O roteiro funciona, a narrativa tem bom ritmo e alterna ação e humor na medida certa, além de contar com a presença de Tom Hiddleston, que novamente rouba a cena como Loki. Outro ponto positivo é Chris Hemsworth se mostrar seguro como protagonista, agora muito mais centrado e maduro.
Depois da batalha de Nova York, em Os Vingadores, as aventuras solo dos personagens passaram a apresentar ameaças cada vez maiores. Foi o caso em Homem de Ferro 3 e não poderia ser diferente nesta sequência. Na trama, não só a Terra está em perigo, como toda a existência, afinal o líder dos elfos negrosMalekith(Christopher Eccleston), acorda de seu sono milenar para encontrar o Éter, arma capaz de trazer de volta a escuridão ao universo. Essa batalha do bem contra o mal pode ser bem clichê, mas estamos falando de um filme de super-heróis, então a premissa é aceitável.
Visualmente, o longa impressiona com ótimos efeitos especiais, belos cenários e figurinos. Asgard, a terra natal do herói, lembra muito a versão original dos quadrinhos de Jack Kirby e só isso já é um grande feito para o cinema. A arquitetura nórdica, incrementada com alta tecnologia, se encaixa muito bem com a narrativa, ao ponto de perder parte da graça quando voltamos à Terra. O toque especial do diretor Alan Taylor, conhecido por dirigir diversos episódios da série Game of Thrones, fica claro em diversos momentos, como na cena de um funeral, que está entre as mais belas já feitas pelo estúdio.
Entretanto, existem falhas. O vilão Malekith é incapaz de intimidar e possui motivações um tanto quanto rasas. Além disso, seu plano de ação não é dos melhores e mesmo com pouco tempo para agir, já que precisa da convergência de planetas que só acontece a cada mil anos, sua afobação o leva a cometer erros demais. Não há dúvidas de que Eccleston é bom ator, porém a maquiagem pesada e o pouco tempo de tela não permitem desenvolvê-lo como deveria.
O problema não está restrito apenas ao antagonista, outros personagens também são mal aproveitados. O próprio Loki fica tempo demais sem aparecer e os quatro guerreiros amigos de Thor estão lá apenas para cumprir contrato. Lady Sif (Jaimie Alexander) até tem algum destaque quando ameaça entrar em um triangulo amoroso com o herói e Jane Foster (Natalie Portman), mas isso logo é descartado.
O romance dos protagonistas é exatamente o aspecto menos interessante da narrativa. Portman até faz uma bela donzela em perigo, mas o amor dela pelo deus é grudento e tão descartável quanto o de Padmé e Anakin Skywalker nos filmes mais recentes de Star Wars. Além disso, a assistente da mocinha, Darcy (Kat Dennings), é responsável por alguns momentos bem irritantes. Ao menos, Rene Russo salva o time das mulheres no papel da valente Frigga, esposa de Odin (Anthony Hopkins).
É difícil saber se alguma produção da Marvel irá superar Os Vingadores, entretanto Thor: O Mundo Sombrio chega perto, mesmo com todos os exageros e clichês. Não é o filme espetacular que todos esperavam, porém funciona. Além disso, quem acompanha a franquia precisa assistir as duas cenas pós-créditos: uma prepara o caminho para Guardiões Da Galáxia e a outra termina de forma hilária.

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