domingo, 10 de março de 2013

OZ, MÁGICO E PODEROSO



                                 Oz, Mágico e Poderoso
A fantasia está de volta ao cinema com Oz – Mágico e Poderoso. Evocando o clássico de 1939, porém sem tentar superá-lo, o novo filme de Sam Raimi (Homem-Aranha) é uma colorida aventura para a família, que conta não só como o mágico chegou ao poder da cidade das Esmeraldas, mas também a origem da Bruxa Malvada do Oeste.

O prelúdio da história criada por L. Frank Baum é de encher os olhos e traz versões mais jovens e sexys de personagens bem conhecidos, como a bruxa má e Glinda. A narrativa, fundamentada na jornada do herói, não é tão interessante e moralmente complexa quanto àquela criada para o musical Wicked, que conta nos palcos a origem da vilã de pele verde, mas funciona.

Assim como o clássico, Oz - Mágico e Poderoso começa em preto e branco, no Kansas do começo do século, onde conhecemos Oscar "Oz" Diggs (James Franco), mágico decadente de um circo itinerante, mais preocupado em conquistar mulheres do que em fazer um grande espetáculo. Após se meter com a garota do homem mais forte do circo, Oz foge de balão para não apanhar, apenas para ser pego por um tornado. Aos poucos os ventos se acalmam, tudo ganha cor e a tela se abre para revelar o mundo mágico de Oz. Lá, Diggs é recebido por Theodora (Mila Kunis), que informa que ele está lá para cumprir uma profecia: livrar o reino do mal.

Sam Raimi foi fiel em praticamente todos os aspectos ao filme de 1939, da direção de arte à personalidade dos personagens. Ainda assim, conseguiu deixar sua marca, vista claramente nas cenas de ação e humor. Dorothy não aparece, porém as referências são muitas. Temos leões, espantalhos, macacos voadores, Munchkins, e suas canções - bela homenagem ao filme que encanta há 74 anos.

Só que quando se tem personagens tão caricatos, como é o caso aqui, as atuações precisam ser cuidadosas para não deixarem as coisas forçadas. Pena que essa preocupação parece ter sido deixada de lado. James Franco enfrenta uma batalha para fazer de Oscar Diggs um personagem carismático. Sua atuação é exagerada, sempre no limite do canastrão e do bom moço e muitas vezes nos faz pensar que o ator não foi a escolha certa para o papel. São seus companheiros de viagem, a garota de porcelana (Joey King) e o macaco Finley (Zach Braff), que roubam a cena e injetam emoção na maioria das situações.

As bruxas são parte crucial da história, porém quase todas caem na mesma armadilha. Rachel Weisz está apenas decente como a manipuladora e fria Evanora, conselheira real cansada da longa guerra. Mila Kunis é a mais fraca das irmãs no papel da ingênua Theodora, que acaba como mais uma vítima do galanteador mágico. Já Michelle Williams quase redime o elenco, perfeita no papel de Glinda, uma moça cheia de doçura e bondade, que serve como contraponto para as armações de Oz.

A Disney se esforçou para criar suspense sobre qual das três se tornará a Bruxa Malvada do Oeste, embora aqueles que se lembram do filme original não tenham dificuldade em matar a charada bem antes da revelação. Seja como for, a motivação para a mudança é fraca e a vilã, embora tenha um decote de respeito, não chega aos pés de Margaret Hamilton.

Oz - Mágico e Poderoso funciona muito bem como diversão nostálgica. A intenção nunca foi criar uma obra profunda para adultos, mas sim uma viagem fantástica capaz de divertir pessoas de todas as idades. O filme cumpre essa proposta e, apesar de alguns equívocos, Sam Raimi consegue amarrar tudo muito bem.

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