terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Arnold Schwarzenegger fala sobre aposentadoria, violência nos filmes e heróis de ação

                    
                           Schwarzenegger em O Último Desafio.

Durante uma coletiva de imprensa nos Estados Unidos, a estrela de O Último DesafioArnold Schwarzenegger, falou ao Movie News sobre diversos assuntos. Entre eles aposentadoria, violência nos filmes e "efeitos especiais contra ação de verdade".

No filme, ele interpreta um policial que, após uma missão extremamente malsucedida, vira xerife de uma cidadezinha da fronteira dos Estados Unidos com o México que leva uma vida pacata. Quando um fugitivo do FBI vai em direção à sua cidade, tudo muda e ele é forçado a entrar em ação.

Confira abaixo a entrevista com o ícone dos anos 80.

Você hesitou ao voltar para os filmes de ação depois de tantos anos?
Quando fiquei fora por sete anos, trabalhando no governo como servidor público, sabia que tinha uma nova geração de atores surgindo. Meu medo era que quando eu saísse do meu cargo no governo, ninguém me chamaria por causa desses novos heróis de ação. Bom, isso não aconteceu. Aí, quando eu fiz minhas aparições em Os Mercenários 1 e 2, o público gostou muito, e eu soube que seria aceito de volta quando voltasse aos filmes.

Como foi voltar a ser o protagonista?
Tive muita sorte de fazer Os Mercenários 1 e 2, pois tive a chance de voltar ao set sem ter a responsabilidade de liderar o filme. Logo depois, fui para o México e comecei a filmar O Último Desafio; então, já me senti meio que no ritmo. Estava mais confiável para fazer a minha estreia como protagonista de novo e, lentamente, voltar ao jogo. O principal foi escolher o filme certo e a equipe certa. Tínhamos um líder magnífico como diretor e um ótimo elenco de apoio. Foi muito divertido trabalhar com eles.

Você se machucou na sequência da luta final?
Você sempre se machuca nessas cenas. Sempre vai ter um ombro machucado, ou cotovelos, joelhos e tudo isso. Mas eu sempre digo que a dor é temporária e o que fica na tela é permanente.


                 
                                     Schwarzenegger e Rodrigo Santoro contracenam no longa.

O que você acha dos novos filmes de ação que são repletos de computação gráfica?
Acho que há espaço para tudo. Heróis mais velhos e efeitos especiais como em Batman, Homem de Ferro, Super-Homem, Homem-Aranha e todos esses filmes nos quais a mágica acontece. São ótimos; há 20 anos, eles não seriam possíveis. Mas as pessoas também querem ver a ação mais tradicional, onde eles podem sentir que o cara está realmente fazendo aquelas coisas, sem ajuda de computadores. Querem ver o soco, a queda... Em O Último Desafio, eu tive que mergulhar para fora de um prédio, não tinha computação gráfica. Éramos eu e outro cara mergulhando de verdade.

Atualmente, existe um intenso debate nos Estados Unidos sobre a influência da violência dos filmes de Hollywood na sociedade. Qual sua opinião?
Acredito que nossos filmes são, claramente, entretenimento. Não acho que eles estão lá pra vender uma mensagem. Alguns filmes sim, mas, em geral, tudo que você vê em filmes de ação, como O Último Desafio, é só entretenimento e lazer para as pessoas, que as leva para outro mundo e as fazem dizer: “Uau, essas foram duas horas divertidas. Valeu o dinheiro.” É isso. Acho que é besteira dizer que os filmes encorajam a violência. Como sociedade, temos que cuidar melhor das crianças, da educação, doenças mentais, leis de armas de fogo e tudo mais. Há espaço para discussão em tudo isso. Mas é mais fácil arrumar um bode expiatório e apontar o dedo, ao invés de resolver os problemas de verdade.

Como seu personagem (em O Último Desafio), você já passou por muita coisa na vida e já fez quase de tudo. Você pensa em aposentadoria, ou em dar um tempo para relaxar?

Bom, eu relaxo mais quando estou trabalhando. Sempre fui ensinado a ser útil, trabalhar, ajudar os outros e atuar. Então, depois de seis horas de sono, eu acordo e me sinto culpado por ainda estar na cama. Tenho que levantar e fazer as coisas. Fico muito mais feliz fazendo algo, sendo produtivo e tendo responsabilidades. Então, a palavra “aposentadoria” não existe no meu vocabulário, porque é um desperdício. Você vai se aposentar de quê? Se você gosta do seu trabalho, porque iria querer parar de repente? Para ficar sentado? Meu sogro trabalhou até os 90 anos, então acho que podemos e devemos seguir em frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário