segunda-feira, 1 de abril de 2013

A HOSPEDEIRA



                                   A Hospedeira
A novo sucesso literário de Stephenie Meyer (autora dos best-sellers da série Twilight) a ganhar as telas suscitou neste crítico saudades dos tempos de Saga Crepúsculo. Isso porque o que nos filmes da franquia vampiresca era perceptível, mas nem sempre evidente - como a falta de coerência e sentido -, em A Hospedeira é escancarado.

Como nos longas sobre Edward e Bella, o alvo é o mesmo: o público adolescente. Em especial, as mocinhas. Trata-se de uma grande bobagem travestida de ficção científica que usa muitas das iscas utilizadas em Crepúsculo para criar identificação rápida com esse especatdor. Aqui, no entanto, não houve sequer um esforço mínimo para tornar a história plausível.

A trama é ambientada num futuro não datado em que a raça humana foi subjugada por uma civilização alienígena. Seres semelhantes a um pompom reluzente, do tamanho da palma da mão, que invadiram os corpos de quase toda a humanidade, restando apenas uns poucos resistentes. Como os bichinhos parecidos com uma água-viva chegaram aqui na Terra, o filme não explica. Como os humanos resistiram à invasão, se resistiram, também não se sabe.

Esses alienígenas são inseridos no corpo das pessoas por meio de uma incisão logo abaixo da nuca feita por outros humanos já dominados. Como os ETs conseguiram invadir os primeiros corpos também é uma incógnita. Na verdade - e o filme deixa claro - lógica e coerência são supérfluos por aqui.

A heroína chama-se Melanie (Saoirse Ronan) e logo no início da história a vemos fugindo dos chamados "buscadores", espécie de polícia E.T. que caça os humanos ainda não dominados a bordo de supercarros Lotus cromados - esses alienígenas não são nada bobos . Ela é capturada e em seu corpo é implantada a E.T. Wanda, cuja missão é vasculhar suas memórias e descobrir o paradeiro de outros rebeldes.

Todo esse pano de fundo sobre seres de outro planeta invadindo a Terra e pessoas em fuga se recusando a serem dominadas é puro ornamento. Sob a batuta de Andrew Niccol (Gattaca - Experiência Genética), o filme segue o livro à risca e concentra-se mesmo é num triângulo amoroso. Melhor dizendo, um quadrado amoroso.

Melaine e Wanda, convivendo na mesma forma, são apaixonadas por dois rapazes diferentes. E por conta disso entram em conflito constantemente quando uma ou outra faz uso do único corpo que habitam para dar uns amassos em seu garotão. Os desentendimentos, para o espectador, se dá pelo áudio das duas vozes discutindo - o que, a certa altura, começa a irritar.

Não posso negar que a sacada é genial. Qual jovem não vai se identificar de cara com uma personagem dividida entre dois amores, com duas vozes dentro de si indicando caminhos diferentes a seguir. Melanie e Wanda e seus conflitos são a síntese de uma adolescente típica e cheia de dúvidas.

Quem curtiu Crepúsculo pode ir ao cinema confiante. Saem os vampiros, entram os extraterrestres. A essência, no entanto, é a mesma: amores impossíveis, confiança em si mesmo, pureza e romantismo. Se isso, no entanto, soa um tanto nauseante pra você, mantenha distância. 

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