sábado, 20 de abril de 2013

A MORTE DO DEMÔNIO



                                      A Morte do Demônio

Atualmente, um dos principais defeitos atribuídos a Hollywood é sua falta de originalidade. As inúmeras refilmagens que inundam as salas de cinema mundo afora, na grande maioria das vezes não chegam aos pés dos originais, como já aconteceu em Conan, o Bárbaro e Planeta dos Macacos. Felizmente, isso não ocorre com a nova versão de A Morte do Demônio.

A história dos cinco jovens que viajam para uma antiga cabana isolada na floresta continua a mesma, com alguns detalhes a mais para dar profundidade aos novos protagonistas; tarefa fácil, convenhamos, visto que os personagens do original são bastante rasos. O roteiro permanece simples e sofreu alterações pertinentes. O livro que não deveria ser lido, o demônio “correndo” pela floresta, as múltiplas possessões; tudo continua lá. A diferença está na protagonista Mia, interpretada por Jane Levy, transformada em uma dependente química que viaja com os amigos para largar o vício e suportar o começo da abstinência.

Apesar desta versão ser repleta de elementos inéditos, o diretor Fede Alvarez, estreante à frente de um longa-metragem, presta o devido respeito à obra de Sam Raimi (Homem-Aranha), que assina o original e produz o remake. Fãs da série vão reconhecer de imediato objetos e cenas icônicas; ao mesmo tempo, vão se divertir com as novas formas de acabar com uma possessão e rir do prazeroso exagero de algumas cenas.

Produções trash não precisam de grandes nomes para se sustentar. Afinal, ninguém espera que daí saia um Oscar de Melhor Atriz ou Melhor Ator. O elenco mediano é prova disso; a mais famosa, Jane Levy, só é conhecida pela série Suburgatory. O esforço para tornar críveis as situações é visível e suficiente para garantir a diversão durante todo o filme.

Mesmo ambientado totalmente na cabana e seus arredores, o ritmo não é prejudicado e se mantém uniforme, sem brechas para o público respirar. Mérito da montagem e da fotografia, que não hesita em mostrar de perto cada detalhe mórbido. Facas, agulhas, tiros, mordidas e gritos não deixam que ninguém perca o interesse durante os 90 minutos de exibição.

A opção do diretor por priorizar maquiagem e próteses fez muito bem à produção. Com menos chroma key e captura de movimento, a imersão não se dispersa e a nostalgia toma conta do público.

Para não ser pego de surpresa, é essencial que o espectador saiba qual tipo de filme está indo assistir. Quem espera por uma história nos moldes de O Exorcismo de Emily Rose, terá uma grande decepção. Já os fãs de terror trash que pretendem dar risadas e ter crises de aflição tem obrigação de ir ao cinema. Como diz a célebre canção cantada pelo demônio preso no porão, “eles vão te pegar”, ou seja, quem gostou do original acaba de ganhar um novo longa à altura dos clássicos dos anos 80.

Nenhum comentário:

Postar um comentário