quarta-feira, 28 de março de 2012

O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida

 O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida (The Lorax) EUA, 2012. Direção de Chris Renaud e Kyle Balda. Com as vozes no original de Taylor Swift, Zac Effron, Danny De Vito, Ed Helms, Betty White.

                  rubens 1 <i>O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida</i>


     A dupla de Meu Malvado Favorito está de volta com outra animação que foi enorme e inesperado sucesso de bilheteria nos EUA (onde já esta com 163 milhões de dólares para um orçamento de 79 milhões). Aqui no Brasil estão recorrendo àquele novo sistema de fazer pré-estreias diárias antes do lançamento oficial que irá ocorrer na próxima sexta-feira. É uma tentativa de criar boca a boca já que no Brasil o personagem não é tão conhecido quanto lá fora.
    Já houve antes outras adaptações da obra do mestre da historia infantil, o Dr. Seuss Theodor Suss Geisel (1904-91), que enquanto vivo não liberou seus contos para o cinema depois que não apreciou o primeiro (Os Cinco Mil Dedos do Dr. T, 53), que eram feitos em geral apenas como desenho para a tevê. O primeiro a quebrar a barreira liberado pelos herdeiros foi o Grinch feito com atores e estrelado por Jim Carrey (2000), que era interessante seguido pelo fracasso e horrível O Gato (Cat in the Hat, 03), também com atores (cheguei mesmo a ver um musical da Broadway com todos eles e que não durou muito).  Mas o melhor foi como animação, no simpático Horton e o Mundo dos Quem (08).

                        rubens 2 <i>O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida</i>


      Todas suas historietas tem algo em comum a) são contadas em versos, o que dificulta sua tradução para outra língua e também a naturalidade que é norma no cinema. (aqui se fala pouco e sempre que possível rimando). 2) sempre tem uma moral, uma lição a ensinar, considerando que é para crianças, é muito adequado. O espantoso do êxito deste filme aqui é que ele é abertamente ecológico e ilustra o tema de forma ate didática ainda que poética. E como se sabe há nos EUA uma direita republicana em negar a existência das dores do Planeta e impedir qualquer lei que venha a restringir sua proliferação. Portanto, eles devem estar fulos da vida com o simpático e bigodudo herói que é a entidade encarregada de proteger a natureza (embora não tenha nenhum superpoder para isso).
      Os filmes de animação tem tido a inteligência de seguir as ilustrações originais dos livros, feitas também pelo autor.  Nesta história, o herói é um garoto de 12 anos, Ted, que vive numa cidade do futuro, onde não existe árvores ou qualquer vegetação. Tudo é de plástico ou coisa que o valha e a principal atividade de seu ditador baixinho e inseguro The Onceler é vender garrafas de ar puro. Quando a garota de seus sonhos expressa o desejo de ver ao menos uma vez na vida uma árvore de verdade o garoto sai do perímetro blindado da cidade e vai pedir conselhos a um sábio que em flashback vai narrar a situação.
      Houve tempo em que a floresta estava coberta dessas árvores coloridas chamadas Trúfulas, mas a ambiciosa família do rapaz (isso é curioso e diferente, também os familiares são os bandidos da história, em particular a mãe megera!) vai descobrir um uso comercial de suas folhas e em dois tempos, tudo será destruído. Agora Ted tem em suas mãos a única e última semente que vai tentar plantar (naturalmente há uma grande perseguição para aproveitar o 3D).

                          rubens 3 <i>O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida</i>

    O que me espanta é que as crianças tenham embarcado numa história tão cheia de alegoria e não especialmente engraçada. Eu gosto do visual, da caracterização dos personagens, mas preferia, por exemplo, os Hortons, que era menos linear. Mas isso sou eu, nunca me arrisco a entender a cabeça das crianças que ainda mais hoje em dia tem suas próprias razões e gostos e habilidades. Acho ao menos o filme positivo e bonito. Mas nada de excepcional.
   Curiosidade: o filme é o primeiro a apresentar o novo logotipo da Universal que comemora seus 100 anos de idade.


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