terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG

  

                              O Hobbit: A Desolação de Smaug
Quem diria que após a monótona primeira parte da trilogia de O Hobbit, Peter Jackson guardava na manga o ótimo A Desolação De Smaug. Diferente de Uma Jornada Inesperada, a sequência tem ritmo empolgante, drama e ação na medida certa e entrega a aventura que os fãs esperavam.
A história recomeça imediatamente após a batalha final do primeiro longa. Os viajantes  precisam fugir de Orcs e recebem abrigo e suprimentos de Beorn (Mikael Persbrandt), em preparação para a sua caminhada pela Floresta das Trevas. Lá, sem GandalfBilbo e os 13 anões precisam lidar com ilusões e lutar com exércitos de aranhas gigantes - cena impressionante e visceral (especialmente em 3D) que faz a luta de Frodo e Sam com Laracna, em O Retorno Do Rei, parecer brincadeira de criança.
A primeira novidade em relação ao livro aparece logo na cena inicial. Saída de Contos Inacabados, é recriado o encontro secreto entre Gandalf e Thorin, Escudo de Carvalho (Richard Armitage), na taverna Pônei Saltitante. Meses antes da jornada em direção a Erebor, os dois fazem planos para recuperar a poderosa Pedra Arken e reclamar o reino dos anões, afinal o mago prevê turbulências no futuro.
Essa não é a única cena criada a partir de outras obras de Tolkien. De Silmarillion, vieram referências à jornada do mago cinzento, que abandona o grupo para investigar o Necromante de Dol Guldur. No livro O Hobbit, essa subtrama nunca é detalhada, porém o filme faz uso dela para traçar conexões com O Senhor dos Aneis, e ainda somos agraciados com um espetacular combate.
Embora Uma Jornada Inesperada seja mais fiel ao livro, Desolação de Smaug apresenta melhor a Terra Média. Alguns fãs podem reclamar de algumas passagens, como a inclusão do elfo interpretado por Orlando Bloom e sua companheira Tauriel (Evangeline Lilly). Mesmo assim, o nível de detalhe da adaptação é incrível e as mudanças só estão lá para deixar o longa mais divertido.
Jackson ainda expande o universo  ao apresentar as diferenças entre as raças locais. Os Elfos são isolacioniostas, os humanos da Cidade do Lago ambiciosos e os Anões não sabem lidar com o orgulho ferido. Esses detalhes proporcionam realismo ao mundo, por mais fantástico que ele seja. A apresentação dessas facções também é importante para criar a base para Lá e De Volta Outra Vez.
Além disso, o cineasta sabe encantar o público ao utilizar velhas armas de O Senhor Dos Anéis. Todas as fórmulas que deram certo no passado estão presentes e, por vezes, até causam sensação de Déjà-Vu.  A maneira como a ajuda chega na hora certa, as coregrafias das lutas e até a forma como Bilbo fica obcecado pelo Anel lembram muito a trilogia de uma década atrás.
A maior diferença é a qualidade técnica - melhor até mesmo em relação ao primeiro filme, principalmente o 3D. As cores são marcantes, os cenários grandiosos e os combates têm ainda mais acrobacias. A trilha sonora também agrada, com belas e poderosas composições instrumentais de Howard Shore, embora a canção mais linda da franquia até agora tenha aparecido apenas na primeira parte.
Uma Jornada Inesperada deixou gosto amargo na boca, mas Desolação de Smaug corrige os problemas e supera o antecessor em todos os aspectos. As cenas finais estreladas pelo Dragão (Benedict Cumberbatch) são ótimas, os diálogos divertidos e, quando a coisa esquenta, fica espetacular. Assim como Star Wars: Episódio V - O Império Contra-ataca, as coisas ficam sombrias, a tensão cresce e o espectador sabe que problemas maiores virão. A impactante cena final deixa isso bem claro.

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