terça-feira, 23 de outubro de 2012

007 - OPERAÇÃO SKYFALL

                            007- Operação Skyfall

A mais longeva franquia da história do cinema fez bodas de ouro em 2012. Há 50 anos, em outubro de 1962, estreava o primeiro filme do agente britânico James Bond. De 007 Contra o Satânico Dr. No para cá foram 23 longas-metragens que amealharam fãs de várias gerações ao redor do mundo.

O aniversário, logicamente, pedia um novo filme. Não um filme qualquer, mas algo acima da média. Uma produção capaz de render verdadeira homenagem à trajetória do herói a serviço de Sua Masjestade. A grata notícia para os fãs é que 007 - Operação Skyfall é tudo isso: um ótimo filme de ação que faz jus ao legado deixado pelo charmoso espião com licença para matar.

Quem vai dar uma festa costuma cercar-se de cuidados para que nada dê errado. Assim fizeram os produtores de Skyfall, que começaram por chamar um bom organizador para o evento: o diretor Sam Mendes, vencedor do Oscar por Beleza Americana. O aniversariante, um grande herói, só se justifica se tiver de confrontar um vilão à altura. Para não dar margem para o azar, convocaram outro ganhador de Oscar: Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez). Junte a isso um bom enredo cheio de referências ao passado do personagem e a festa está pronta para começar.

E começa com muita ação, com Bond e a agente de campo Eve (Naomie Harris, de Miami Vice) na cola de criminosos que roubaram um HD com informações sigilosas sobre todos os agentes da MI6, o serviço de espionagem do governo britânico. A sequência é extremamente movimentada e muito bem dirigida, o que deixa o espectador no clima tenso da situação: se não recuperar a arquivo, a vida de todos os espiões infiltrados pelo mundo estará ameaçada.

A perseguição nas ruas movimentadas de Istambul envolve carros, motos, trem e até uma escavadeira. Tudo termina, não da melhor maneira, nas águas de um rio. Aqui os fãs têm a primeira das muitas surpresas reservadas pelo longa: uma típica e linda abertura dos filmes de 007 à moda antiga, com muitas cores e efeitos ao som da música-tema do filme na voz maviosa de Adele. Das sequências de abertura dos filmes de Bond, a minha preferida sempre foi a de Moscou contra 007. Tenho duas prediletas agora.

Quando as coisas não vão muito bem, James Bond não fica se lamentando. Não faz seu estilo. Dá um tempo nos braços de alguma mulher maravilhosa, toma uma cervejinha à beira-mar depois do sexo - quem pensou que ver o agente tomando cerveja no lugar de seu dry martini ou um espumante Don Perignon 53 ia soar estranho, engana-se. Tudo foi muito bem pensado e soa plausível dentro da situação. E, afinal, Bond gosta de beber e o filme reserva espaço para ele saborear seu Martini, batido e não mexido, e outros drinks, mesmo que em situação pouco agradável.

Terminado o descanso, Bond tem de voltar à ação e enfrentar um vilão indigesto: Silva (Bardem). Quem faz as honras desse primeiro contato entre os dois é uma bond girl cuja beleza e classe rivaliza com as belas mulheres que marcaram a carreira do agente. Sévérine, interpretada pela estonteante atriz Bérénice Marlohe, é do tipo capaz de fazer qualquer homem comum desistir de outras coisas menos importantes, como salvar o mundo ou a coroa britânica. James Bond, no entanto, não é um homem comum e segue com sua missão. Antes, claro, prova os encantos dessa beldade sob o chuveiro e a bordo de um iate. Isso é ter classe.

Javier Barden é um show à parte nesta festa de aniversário de 007. O ator faz um tipo cômico e, ao mesmo tempo, capaz de convencer o público de que é uma grande ameaça. Não somente a Bond, mas principalmente a "M" (Judi Dench), com quem quer acertar contas. Por quê? Isso você só vai saber vendo o filme.

De Operação Skyfall é bom saber o mínimo, pois qualquer adendo pode tirar o prazer das muitas surpresas e referências que o filme traz. O pouco necessário está aqui e não vou me alongar mais. Todo o resto é sigiloso e põe em risco minha missão como crítico e a sua como espectador. Há aqui evidências suficientes para tornar obrigatória sua ida ao cinema.

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