quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Vai ser Gonzaga contra o vampiro e o 007, diz Breno Silveira em entrevista

                   
                         Luiz Gonzaga: paixão pela carreira e indiferença com o filho


É no boca a boca que o diretor Breno Silveira, que lança no próximo dia 26 o longa Gonzaga - de Pai para Filho, quer conquistar o público brasileiro. Ele aposta em repetir o feito de Dois Filhos de Francisco, a cinebiografia dos irmãos Zezé Di Camargo e Luciano que levou mais de cinco milhões de espectadores às salas brasileiras, mesmo depois de uma estreia tímida.

"Vai ser o Gonzaga contra o vampiro e o 007", disse durante coletiva realizada na tarde desta terça-feira (16) em São Paulo. O diretor, no entanto, mantém os pés no chão e sabe das dificuldades que o filme tem pela frente. “Não esperava que Gonzaga estreasse num ano tão ruim para o cinema brasileiro. Queria muito recuperar nosso público. Acho importante filmes que falem da gente, que façam as pazes com o espectador", avaliou o cineasta.

Baseado no livro Gonzaguinha e Gonzação: uma História Brasileira, de Regina Echeverria, a produção conta a trajetória musical de Luis Gonzaga e a relação, na maioria das vezes conflituosa, com o filho Gonzaguinha. O fio condutor da trama são as conversas tensas e repleta de acusações de lado a lado que Gonzaguinha gravou com o pai na década de 1980. 

Os registros dessas conversa são as portas de entrada para flashbacks que mostram a juventude de Luiz Gonzaga em Exu, no sertão pernambucano, a primeira desilusão amorosa, a época em que serviu no Exército e sua chegada ao Rio, no início da década de 1940. Depois de tempos difíceis tocando fado e tango nas ruas e bares em troco de algumas moedas, Gonzaga alcança a fama quando decide levar os ritmos nordestinos ao sudeste do país.

            
                Breno Silveira: querendo recuperar o público brasileiro


Até chegar ao filme que ganha as telas em breve, Breno Silveira e equipe levaram sete anos. O projeto nasceu quando o músico Daniel Gonzaga procurou a produtora Márcia Braga para tentar conhecer um pouco mais sobre a história do pai, morto em 1991 num acidente de carro. Diferente de Dois Filhos de Francisco, que reservava para o final as imagens dos biografados, Gonzaga flerta com o documentário e é permeado por vídeos, imagens de arquivo e gravações originais de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha. 

"Não é para provar que aquilo aconteceu de verdade", conta Silveira. "É que foi incrível fazer o filme e ver chegando imagens que casavam exatamente com o que propunhamos. Não estava no roteiro, mas era irresistível não colocar. [...] Gonzaga é mágico. Nós tentamos gravar Vira e Mexe com vários sanfoneiros, por exemplo, mas nada chegou perto da versão original."

Um dos destaques do longa é o ator Júlio Andrade (O Homem que Copiava), que interpreta Gonzaguinha ou “reencarna o personagem” como bem definiu Silveira. "Eu fui atrás do personagem. Sempre quis viver o Gonzaguinha, cujas músicas conheci aos oito anos por meio de meu pai.  Quando soube do filme, falei para todo mundo que queria interpretá-lo. Isso chegou até o Breno", revelou o ator, que precisou de apenas um teste - no qual já chegou caracterizado - para provar que era a pessoa certa para o papel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário