domingo, 6 de maio de 2012

SLOVENIAN GIRL - CRÍTICA

                                                   Slovenian Girl

A garota de Eslovênia do título se chama Aleksandra (Nina Ivanisin). Ela saiu de sua pequena cidade no interior o país e foi para a capital Liubliana atrás de uma vida melhor. Com pouca grana para custear os estudos e a sobrevivência, decide tornar-se garota de programa e, graças aos bons cachês pagos pelos clientes, chega mesmo a dar entrada num pequeno apartamento. Sempre muito séria, parecendo atormentada por sua realidade de prostituta, a breve alegria que Aleksandra demonstra em raros momentos está relacionada à compra do imóvel.

De narrativa introspectiva e sem clímax, Slovenian Girl recorre a todo tipo de clichê relacionado à prostituição. A jovem encara a vida de garota de programa como uma via-crúcis, como se cada encontro fosse uma espécie de sessão de tortura a qual tem se submete por pura falta de opção, o que não é o caso. Todos seus clientes são pervetidos e desprovidos de caráter e sentimentos simplesmente pelo fato de estarem recorrendo a uma garota de programa. Assim o filme os julga. Nada mais batido e falacioso.

Mesmo os que não contratam os serviços da jovem são pintados no filme como pulhas ou completos idiotas. Lá os estão os cafetões old school para ameaçá-la, o homem possessivo e apaixonado, o pai fracassado e emotivo, homens degradantes e todo tipo de lugar-comum para rechear o roteiro, ocupar tempo de projeção e justificar os reveses da garota. Ela, por sua vez, dissimula, trapaceia e não tem receio de usar um câncer inexistente como desculpa para resolver seus problemas, no que é muito bem-sucedida porque os poucos que não são mau-caráter no filme, são ingênuos.

O dèjá vu logo cansa e causa desinteresse pela contemplação de mais do mesmo. De tempos em tempos a trama se desconecta da personagem para se concentrar no pai dela, Edo, e sua tentativa de trazer de volta uma antiga banda de rock. Algo que não tem a menor importância dentre da trama e atira o público para longe do que realmente importa.

Há também no roteiro uma tentativa mal engendrada de expor o descontentamento e a desconfiança do trabalhador europeu com os rumos econômicos do continente. Em dado momento, um taxista critica a União Europeia e mostra-se pessimista com o futuro. Pronto, o filme ganha sua pincelada política e fica por isso mesmo.

Desigual no tom e dramaticamente mal construído, Slovenian Girl é ainda mais inverossímil pelo postura absolutamente entediada de Aleksandra, uma garota de programa que cobra caro, diz aos homens que não vão se arrepender, mas que nas cenas em que aparece “trabalhando” seria capaz de broxar até o mais empolgado dos clientes. Aqui no Brasil não ganharia nem o "do táxi" para voltar pra casa.

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